Há algum tempo apareceu na
revista Grapevine, de AA, o primeiro
de uma série de artigos intitulado “Sete opções para uma vida madura”. O autor, Robert K. Greenleaf, foi Diretor de
Pesquisa de Pessoal de uma grande empresa.
Como parte de seu trabalho ele teve a oportunidade de dar um curso para
executivos.
O método de ensino incluía
mandar os alunos fazerem uma análise completa de seus empregos e uma avaliação
honesta de suas atitudes para com eles.
Durante a primeira das três
sessões anuais, uma de suas melhores alunas, uma executiva madura, fez uma
notável análise de seu emprego e do seu desempenho. O importante era a autoavaliação.
Quando ela voltou para a
segunda sessão do ano, o Sr. Greenleaf ouviu a sua notável história.
Depois da primeira aula do
ano, ela tinha tomado um trem noturno para regressar à sua casa. Uma vez instalada no trem, começou a estudar
o quadro de análises no qual tinha examinado em profundidade os fatos relativos
a ela e a seu trabalho. Ela gostaria de
saber se uma análise semelhante do seu problema pessoal, o casamento, não poderia
ser auxiliado por uma dissecação honesta de todos os elementos que o tornaram
um problema tão grande.
Vinte e cinco anos de
casamento que não era um casamento; cada parceiro absorvido em seu trabalho; um
apartamento que não era um lar, mas apenas um lugar onde ambos viviam, e um
relacionamento conjugal que era, ao nível humano, um triste fracasso.
“Ali sentada olhando para
minha análise de trabalho”, disse ela ao Sr. Greenleaf, “pensava se não poderia
aplicar o mesmo método a este meu problema.
Experimentei. Passei a noite toda
trabalhando nele, e na manhã seguinte eu sabia o que fazer a respeito do meu
casamento e estava determinada a fazê-lo”.
Ela fez uma lista e
descreveu as atitudes que cada parceiro precisaria manter para que o casamento
se tornasse bem-sucedido. Quando
completou a análise, ela teve a compreensão que buscava. Compreendeu que se um relacionamento conjugal
devia mudar, o primeiro a ver o tipo de atitudes necessárias tinha a
obrigação de manter essas atitudes e se comportar de acordo com elas.
“Isso”, disse o Sr. Greenleaf
no artigo, “é a raiz da responsabilidade, cumprir a obrigação imposta àquele
que vê a oportunidade de estimular uma mudança.
Evidentemente, o parceiro que não vê não pode cumprir a obrigação.”
A mulher que havia alcançado
esta determinação resolveu “que manteria essas atitudes e agiria de acordo com
as mesmas, não sabendo, mas confiando que meu marido reagiria. Felizmente tive a tenacidade de prosseguir
durante bastante tempo, sem qualquer reação por parte dele. Mas agora, finalmente, depois de um ano, nós
temos realmente um bom casamento.”
Lendo entre as linhas, vemos
que essa mulher assumiu inteiramente a responsabilidade de corrigir qualquer
coisa que vesse errada no seu casamento.
Ela não colocou o problema na base de “se ele faz isto, eu farei aquilo.” Ela agiu de conformidade com um padrão que
estabelecera para si mesma – ela não reagiu.
Estava totalmente motivada por um desejo de restaurar a saúde de um
relacionamento que se encontrava em séria dificuldade, e não se permitiu se
afastar do seu curso não importa o que acontecesse.
“Conclusão”, disse o Sr.
Greenleaf, “esta é uma história de êxito.
Podeira não ter alcançado este resultado. Mas não importa; foi um ato responsável de
formação de caráter pela pessoa que o levou a cabo. E, de qualquer modo, ela é uma pessoa mais
saudável, mais sólida e mais íntegra por ter agido com responsabilidade.”
O interessante dessa
história é que a heroína utilizou os princípios do Al-Anon para resolver seu
problema. O Al-Anon nos ensina a conhecer a nós mesmos e nossas
imperfeições. Ele nos diz para parar de
agravar nossas dificuldades e praticar o desligamento emocional do
problema. Os Passos [1] e os Lemas [2] estão
cheios de sugestões que nos conduzirão ao longo do mesmo caminho que essa
mulher seguiu com tanta sabedoria e honestidade.
Muitos de nós aprendemos no
Al-Anon a conviver com um problema de alcoolismo com serenidade e paz de
espírito. Da mesma forma podemos
resolver os problemas de desajustamento conjugal, fazendo, em primeiro lugar,
um bom exame de nós mesmos, de nosso comportamento e de nossas reações.