O
termo é definido de varias maneiras: a calma, o sossego, a paz, e
tranqüilidade, a paz da mente, o equilíbrio emocional, o estado não perturbado,
o sangue frio e o domínio de si mesmo.
Contudo,
do ponto de vista prático, talvez a melhor definição seria "a capacidade
de viver em paz com os problemas não resolvidos".
A
Oração da Serenidade fala em "aceitar as coisas que não podemos
modificar".
A ACEITAÇÃO não deve ser
confundida com a concordância.
Nem
sempre concordamos, ou gostamos, com o modo como as coisas acontecem ou são
conduzidas a nossa volta, temos este direito. Temos o direito de escolher
nossos gostos e opiniões, como todas as pessoas o teem; mas temos obrigação de
respeitar quem é, sente e pensa diferente de nós outros e vice-versa.
Em
muitos momentos é possível que seja verdade que estejamos coerentes e certos em
nossas posições, mas muitas vezes isto contribui pouco ou quase em nada para
mudar a realidade a nossa volta.
O quê fazer então?
Entregar-se
a sentimentos oriundos da contrariedade, como a raiva, a revolta e sentimentos
de revanchismo?
Nós
entendemos que é nesse momento que devemos lançar mão da ORAÇÃO da SERENIDADE.
Talvez
possamos dizer que o resultado da prática da ORAÇÃO da SERENIDADE seja o
DESLIGAMENTO EMOCIONAL dos fatos, coisas e pessoas que não podemos modificar.
Mas
é preciso compreender que ACEITAÇÃO não é indiferença.
A
indiferença deixa de distinguir entre as coisas que podem e as que não podem
ser mudadas.
A
indiferença paralisa a INICIATIVA para que modifiquemos as coisas que podemos.
A
aceitação libera a iniciativa, aliviando-a das "cargas impossíveis",
transferindo o foco da ação para o "possível".
A
ACEITAÇÃO é um ato do LIVRE ARBÍTRIO, mas, para ser eficaz, requer a CORAGEM
moral de se persistir apesar do problema imutável.
A
aceitação liberta o aceitante, rompendo-lhe as cadeias da autopiedade.
Uma
vez que aceitamos o que não pode ser modificado, ficamos livres emocionalmente
e psicologicamente para nos empenhar em novas atividades.
Foi
dito que uma mente imatura procura um mundo idealístico.
Queiramos
ou não, precisamos encarar o mundo da realidade e aceitar a vida tal qual ela
é, com todas as suas crueldades e inconsistências.
Talvez,
em última análise, o inicio da SABEDORIA esteja na simples admissão de que as
coisas nem sempre são como queríamos que fossem.
E
que nós mesmos somos imperfeitos e não tão bondosos e trabalhadores quanto
gostaríamos de ser.
Oração da Serenidade
Concedei-nos Senhor
a Serenidade necessária,
para Aceitar as coisas que não podemos modificar;
Coragem para modificar aquelas que podemos;
e Sabedoria para distinguir umas das outras.
para Aceitar as coisas que não podemos modificar;
Coragem para modificar aquelas que podemos;
e Sabedoria para distinguir umas das outras.
Vivência Nº 22 -
Outubro/Novembro/Dezembro 1992