EVITE O PRIMEIRO ATRITO

Há 72 anos uma entidade vem cuidando de alcoólicos no mundo inteiro e está até na Internet, onde encontramos o site www.alcoolicosanonimos.org.br. Que divulga inclusive um lema interessante: “Evite o primeiro gole”.

Conhecida popularmente como A.A., a entidade funciona desde que dois alcoólicos descobriram que podiam manter-se sóbrios compartilhando seus problemas entre si. Mas juntamente com aquela entidade desenvolveu-se também no mundo inteiro uma organização chamada Al-Anon, que cuida de familiares e amigos de alcoólicos, adota os mesmos princípios de Alcoólicos Anônimos (adaptados) e adaptou também esse lema, para recomendar: “Evite o primeiro atrito”.


É sobre esse “primeiro atrito” que desejo falar, considerando algumas informações importantes que tive a oportunidade de colher em evento promovido por aquela entidade, onde tive a sorte de comparecer na qualidade de profissional interessado no assunto.
Ao evitar o primeiro atrito, os familiares fazem com que muitos problemas sejam evitados também, pois sempre que existe um confronto com um alcoólico – embriagado ou não – as consequências podem ser drásticas.

Segundo uma palestrante – que não se pode identificar para manter seu anonimato seguindo os princípios da entidade “Al-Anon surgiu da mesma necessidade de A.A. A necessidade de ‘dialogar’, de uma pessoa entender a outra, falarem a mesma linguagem, trocarem as experiências vividas com seus entes queridos doentes, que tanto lutavam para largar a bebida e não conseguiram.


Não custou muito para que as esposas dos alcoólicos descobrissem que o estado em que se encontravam era resultado do convívio sob o domínio do álcool, quando seus familiares e amigos se tornavam pessoas também doentes, de uma doença emocional. A troca de experiências mostrava o caminho a seguir.

Como o alcoolismo é considerado uma doença reflexiva – pois todos do convívio do alcoólico adoecem juntos – torna-se dificílimo compreender uma vida tão atribulada, onde o senhor de tudo é o álcool, que impera, manda e comanda a vida do alcoólico e conturba toda a família, pondo de água a baixo todos os planos feitos anteriormente.

Até que o familiar tome conhecimento de que o alcoólico é portador de uma doença, aceite, compreenda e se trate junto, leva muito tempo e requer sacrifício de ambas as partes, explica a representante dos familiares.


Al-Anon no Rio Grande do Norte completou trinta anos de formação em 2007. Desde que surgiu, os seus membros procuram mostrar que quando um familiar ou amigo de alcoólico evita o primeiro atrito, está contribuindo para a recuperação, na medida em que evita um descontrole emocional de ambos.

Al-Anon mostra que qualquer assunto ou problema surgido pode e deve ser tratado somente depois que os ânimos estiverem acalmados, noutro dia, noutra hora.

Falam em “recuperação” e não em “cura”, porque o alcoolismo não tem cura; pelo menos até agora não foi descoberta.

A importância das esposas de alcoólicos frequentarem o Al-Anon está na recuperação delas próprias.


A palestrante esclareceu que à medida que elas frequentam, tomam conhecimento de que seus familiares são doentes, descobrem que adoeceram emocionalmente durante esse mesmo tempo e trazem consigo as sequelas do sofrimento daquele convívio. Passam a trabalhar os sentimentos negativos, tão fortes, tão vivos, tão bem guardados e conservados de raiva, ressentimento, angústia, negação, rancor, autopiedade. Isso só acontece numa sala de Al-Anon, onde o foco do tratamento é o familiar e não o alcoólico garante ela.

Uma mudança de atitude do familiar esteja o alcoólico bebendo ou não, muda o clima e a convivência se torna mais amena.




Walter Medeiros - Jornalista - Natal, RN

Vivência nº 112 – Março/Abril 2008




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