PRIMEIRO PASSO


1º PASSO

ADMITIMOS QUE ÉRAMOS IMPOTENTES PERANTE O ÁLCOOL, QUE TÍNHAMOS PERDIDO O CONTROLE DE NOSSAS VIDAS

Aceitei realmente o fato de que não posso controlar a maneira de beber de outra pessoa? Estou disposto a levar essa aceitação um pouco mais adiante e admitir que não tenho poder sobre ninguém, a não ser sobre mim mesmo?

Compreendo que o alcoólico é um indivíduo? Que ele tem hábitos, características e modos de reagir aos acontecimentos do dia-a-dia que são diferentes dos meus e dos de outras pessoas?

Posso acreditar que essas qualidades individuais foram estabelecidas por hereditariedade, formação anterior, experiências e contatos durante a vida?

Posso compreender que o fato de eu tentar muda-lo só traz resistência sob a forma de hostilidade ou ressentimento escondido?

Se eu compreendo isso, posso justificar minhas críticas e acusações ao alcoólico?

Tentarei superar o ressentimento que surge quando o alcoólico se recusa a ser e fazer aquilo que eu quero?

Tentarei aprender a para de tentar modificar o alcoólico?


Lembrarei, hora após hora, todos os dias, que não tenho poder sobre ninguém, que não posso viver outra vida a não ser a minha.  Modificar-me para melhorar é o único meio pelo qual posso encontrar paz e serenidade.  Lembrarei que uma mudança em minha atitude pode suavizar minhas dificuldades.




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DESLIGAMENTO COM AMOR DE UM MARIDO


Após vários anos de um beber progressivo, minha esposa finalmente, desistiu de lutar.  Tendo passado semanas  sem comer e secando incontáveis garrafas de vodka, foi parar no hospital, em estado de coma do qual não havia expectativa de recuperação.  Eu tinha perdido completamente a vontade de ajuda-la.  Nada do que eu tinha feito parecia fazer nenhuma diferença.  Tornei-me totalmente indiferente; se ela morresse, pelo menos eu poderia retornar a uma vida normal e ordenada.  Onde o Al-Anon me falava para me desligar com amor, eu me desligara com implacável eficiência e total indiferença.


Eu me sentava na beira da sua cama, segurava a sua mão, e conversava com ela, apesar de que, naturalmente, não havia resposta alguma.  Companheiros do Al-Anon e de AA que conhecíamos (e muitos que não conhecíamos) pareciam estar sempre lá.  Eles rezavam por ela – e por mim.

Um dia tive uma experiência que mudou minha vida.  Era verão, os pés da minha esposa estavam descobertos, e notei que suas unhas estavam compridas, recurvadas e feias.  Pela primeira vez percebi quanto ela havia se negligenciado, apesar de haver sido outrora uma linda garota, sempre bem vestida.  Que terrível mudança tinham ocasionado os anos de alcoolismo.  Pela primeira vez pude separar a doença do alcoolismo da mulher maravilhosa de quem eu me lembrava.  Como um dilúvio, todo o meu amor por ela retornou num ímpeto, e voltaram todos os bons anos e a felicidade que ela me tinha dado.  Acho que deliberadamente eu os havia posto para fora da minha mente.  Ali estava minha querida esposa, cuja luta interminável contra a terrível doença, eu nada tinha feito para apoiar.  O Al-Anon me dizia para me desligar da doença, não da pessoa.  Que direito tinha eu de ser tão indiferente?


Sentei-me a seu lado e orei a um Deus que eu não aceitava.  Seria a imaginação que sugeria alguma reação na mão que eu estava segurando?  Alguns dia depois, houve uma resposta clara no seu aperto de mão e pouco depois ela abriu os olhos.  Apesar de que ela nunca vai se recuperar inteiramente, ela agora está de volta, em casa, e é capaz de cuidar de si mesma durante o dia.  Agora ela é simplesmente a coisa mais preciosa da minha vida.  Eu já não sou a mesma pessoa.  O espírito que por tanto tempo esteve morto em mim, agora renasceu.