OS GRUPOS FAMILIARES AL-ANON SÃO UMA ASSOCIAÇÃO DE PARENTES E AMIGOS DE ALCOÓLICOS QUE COMPARTILHAM SUA EXPERIÊNCIA, FORÇA E ESPERANÇA, A FIM DE SOLUCIONAR OS PROBLEMAS EM COMUM. O ALCOOLISMO É UMA DOENÇA QUE ATINGE TODA A FAMÍLIA. O AL-ANON NÃO ESTÁ LIGADO A NENHUMA SEITA, RELIGIÃO OU MOVIMENTO POLÍTICO. NÃO EXISTEM TAXAS PARA SER MEMBRO. PROPÓSITO AL-ANON: PRESTAR AJUDA A FAMILIARES E AMIGOS DE ALCOÓLICOS.
XIV ENCONTRO GRUPOS FAMILIARES AL-ANON ES - ATRAÇAO NA RECUPERAÇAO - PERSEVERANÇA E ACOLHIDA
É com grande alegria que sábado , dia 25 de outubro iremos iniciar nosso Encontro às 9:00horas, XIV ENCONTRO - ATRAÇÃO NA RECUPERAÇAO - ACOLHIDA E PERSEVERANÇA QUE SERÁ REALIZADO NO ESPAÇO MARTINA TORLONI, PRAINHA, VILA VELHA, ES.
GRUPOS FAMILIARES AL-ANON ES CONVIDA A TODOS OS SEUS MEMBROS A PASSAR UM DIA BASTANTE ACOLHEDOR E COM MUITA VONTADE DE NOS INTEGRARMOS PARA QUE CADA VEZ MAIS CUMPRAMOS A DECLARAÇAO DO AL-ANON!
MUITAS 24 HORAS DE MUITA SERENIDADE
COORDENADORA DA AREA DO ES
obs. FAVOR CHEGAR ÀS 8;00 HORAS PARA TOMAR COM A GENTE UM DELICIOSO CAFÉ DA MANHÃ.
AS INCRIÇOES PODERAO SER FEITO NA HORA . VALOR: R$ 50,00
CAMINHO DE ESPERANÇA
Agradeço ao meu poder superior, cada dia que eu vivo, o sabor de cada momento, o sentir das palavras, dos momentos , dos caminhos, da minha respiração, das batidas do meu coração e a vontade de cada dia trabalhar minha recuperação.
Hoje está sendo um dia muito especial para mim. Estou dentro de um processo depressivo e estou sentindo esperança que estarei melhor . Tenho momentos alegres, mas dentro de mim não sinto felicidade. Mas hoje algo diferente começa a acontecer. Todas as semanas, indo ao Al-Anon, recebo cada vez mais mensagens compartilhadas das pessoas que falam sobre suas experiências e carregando "minhas baterias" vou cada vez mais sentindo uma paz interior e uma esperança muito grande de que esta tristeza profunda vai se desmanchar. É difícil acreditar que não convivo com o Alcoolismo a 12 anos, e ainda possuo instabilidades emocionais e desequilíbrios mentais e, graças ao poder superior, conto integralmente com meu alcoólico pela minha recuperação. Sou muito feliz com ele. A sua recuperação em Alcoólicos Anônimos e a minha no Al-Anon faz com que vivamos cada 24 horas , um relacionamento de amor , respeito e cumplicidade.
Só por hoje!
Hoje está sendo um dia muito especial para mim. Estou dentro de um processo depressivo e estou sentindo esperança que estarei melhor . Tenho momentos alegres, mas dentro de mim não sinto felicidade. Mas hoje algo diferente começa a acontecer. Todas as semanas, indo ao Al-Anon, recebo cada vez mais mensagens compartilhadas das pessoas que falam sobre suas experiências e carregando "minhas baterias" vou cada vez mais sentindo uma paz interior e uma esperança muito grande de que esta tristeza profunda vai se desmanchar. É difícil acreditar que não convivo com o Alcoolismo a 12 anos, e ainda possuo instabilidades emocionais e desequilíbrios mentais e, graças ao poder superior, conto integralmente com meu alcoólico pela minha recuperação. Sou muito feliz com ele. A sua recuperação em Alcoólicos Anônimos e a minha no Al-Anon faz com que vivamos cada 24 horas , um relacionamento de amor , respeito e cumplicidade.
Só por hoje!
BOM DIA!
Só por hoje desejo a todas as pessoas um bom dia, excelentes 24 horas, e que tentamos entregar nossos problemas aos cuidados de um poder superior , porque só assim com muita paz em nossos corações possamos cuidar de nós mesmos e dos nossos entes queridos que estão precisando muito de nós.
Muita Serenidade!
Muita Serenidade!
VIDA ESPERANÇA VIDA
Hoje está um dia frio, frio na alma, frio..... preciso me aquecer, preciso de força para sentir novamente felicidade , esperança, fé . Acreditar que a vida é algo muito mais do que sentir frio.... Tem um sol lá fora, e a cada instante preciso acreditar que mudando apenas um pouquinho poderei caminhar em direção da chama da vela que está ainda apagada na gaveta e poderei acender com um gesto de esperança e respirar com força e pedir a todos que me amem um abraço com uma energia plena de amor . Hoje é um dia muito importante para mim, pois encontrarei meus amigos na reunião de Al-Anon e poderei compartilhar os meus sentimentos na certeza de que tudo vai passar.
ENTRE O MEDO DE JACARÉS E A DEVASTAÇÃO DO ÁLCOOL
Leonencio
Nossa - O Estado de S. Paulo
É
madrugada em Parintins (AM). Às 5 horas, deixamos o cais numa voadeira alugada.
O Amazonas, com águas paradas, é dourado nas primeiras horas do dia.
Depois
de 40 minutos, passamos pela comunidade Imaculada Conceição, também na margem
esquerda, formada por dez casas de madeira ao redor de uma igreja. Mais à
frente, fica a comunidade Menino Deus. Um menino rema com a canoa. A voadeira
para ao lado de uma embaúba, árvore tomada de formigas. Ricardo de Souza Ramos,
de 12 anos, está na 6.ª série. Acordou às 4 horas. Com malhadeira, pegou
tambaquis e curimatãs. Geralmente, captura de 10 a 15 peixes por dia.
Uma mulher
e uma menina pequena remam ali perto da comunidade. Os raios do sol iluminam a
proa da canoa. A criança, uma menina morena, de cabelos amarrados, joga o remo
para a frente. Dá uma curvada com os braços e mergulha o remo na água, como se
fosse gente grande. Chama-se Jocinara e tem apenas 6 anos.
Jocinara ajuda a mãe a remar
a canoa perto do povoado de Menino Deus.
FOTO: CELSO JUNIOR/AE
Laudicéia
Silva Ribeiro, de 24 anos, é mãe de Jocinara e de outras duas meninas, Jociane,
de 4 anos, e de Graziela, de 3. Conta que a escola da filha fecha em toda cheia
do rio. Quando o nível do rio sobe, além de as crianças perderem aula, o
alimento fica escasso, a vida, mais difícil. “No verão é só trabalho. A gente
planta melancia, feijão e milho na várzea. E arrenda terras dos outros para
aumentar a roça. Metade da plantação fica para a gente e metade para o dono da
terra.” O plantio começa em agosto, quando o nível do rio está baixo.
Laudicéia
diz temer os grandes jacarés. Recentemente, moradores da comunidade mataram um
animal de 6 metros de comprimento. Há três anos, um jacaré cortou a “cana” do
braço de um menino.
O temor dos répteis já tinha sido registrado numa das descrições mais antigas da vida na Amazônia. No século 18, o padre João Daniel anotou em seu Tesouro Descoberto no Máximo Rio Amazonas que, para os nativos, “o jacaré é a pior cousa que cria o Amazonas”.
“Se
não matar, ele fica ajeitando, a gente tem de ter a prudência de matá-lo”, diz
Laudicéia. “Um casco como este em que estamos não é nada para ele.”
Cunhado. Em minutos, a
ribeirinha toma confiança e começa a falar de um drama que a assusta até mais
que os grandes jacarés: o alcoolismo, que atinge várias famílias locais.
Laudicéia conta que o pai abandonou sua mãe por causa da bebida. “Aqui, na
comunidade, não se vende bebida. Mas quem gosta não acha distância. A bebida
persegue a comunidade.”
“A
gente não está com o coração bom para suportar essas coisas. Um cunhado há
pouco tempo saiu para pescar e morreu afogado”, conta. “Tinha bebido. Um homem
não morre afogado quando está bom da cabeça.” O cunhado, Raimundo Graça
Pantoja, tinha 31 anos. Deixou quatro filhos.
Laudicéia
diz que o marido, Graciélio, de 28, não bebe. Ele, porém, sofre com o
alcoolismo do pai. “Meu sogro é boa pessoa. Quando bebe aparece com um terçado
querendo matar todo mundo. Não sabe o que está fazendo. A gente fica com medo.
Graças a Deus, meu marido não bebe. Ele tem raiva do pai.”
As mulheres e os líderes das comunidades da região não sabem como lidar com o problema, diz Laudicéia. “Quando falta dinheiro e começa o desespero, os homens tomam óleo diesel dos tambores nos barcos.”
Texto extraído de: O Estadão
em 21 de
março de 2011 | 23h 59
NÃO NEGUE AMOR AO PRÓXIMO
"Ainda
que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria
como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda
que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a
ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os
montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda
que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que
entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me
aproveitaria.
O amor
é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade,
não se ensoberbece.
Não se
porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita
mal;
Não
folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo
sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor
nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas,
cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque,
em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas,
quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando
eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino,
mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque
agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço
em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora,
pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o
amor." 1 Corintios 13
CARTA DE RESGATE
Dependente escreve depoimento
para ajudar seu amigo internado em uma clínica de recuperação. Conheça a Carta
de Resgate.
Caro amigo(a) em recuperação,
Fico imensamente feliz
em poder compartilhar o que foi o álcool e as drogas em minha vida. Como entrei
nesse mundo, o que vivi e como consegui me recuperar. Deixo aqui um depoimento
do que foi minha trajetória diante do álcool e demais drogas.
Nunca sabemos quem será
um dependente, muitas são as causas do uso frequente e indiscriminado do
álcool: por carências, por falta de autoestima, por decepções, por falta de
coragem em enfrentar o duvidoso; o que pode levar ao vicio, à dependência. Um
fator que faz fatalmente a diferença é a existência da carga genética.
No meu caso o que me
levou a beber cada vez mais e mais provavelmente, foi a carga genética.
Existiam casos em minha família, pelo lado do meu pai. Familiares próximos de
pessoas alcoólatras, apresentam um risco quatro vezes maior que indivíduos que
não têm familiares alcoólatras.
Sempre tive o álcool na
minha família, desde criança presenciei cenas de violência, desamor,
dissabores, falta de autoestima, falta de dignidade e coragem, em meu querido
pai, que também foi um doente do álcool, e por esta razão veio a falecer.
Meu pai não era uma má
pessoa, muito pelo contrário, mas, se tornava uma pessoa decadente quando
estava fora de si e sob o efeito do álcool. Pois quando ingerimos qualquer tipo
de droga deixamos de ter uma alma autêntica, passamos a ter um eu que não
existe quando estamos sãos ou sóbrios.
As características que
meu pai apresentava eram resultantes da doença que também adquiri por herança
genética.
Eu deveria ter me
tornado justamente o inverso de meu pai, ter observado mais o que acontecia com
ele, ter mais audácia, mais amor e ser uma pessoa sempre alegre, amorosa, que
deixasse meus familiares satisfeitos em ter minha companhia por perto, mas não,
não tive maturidade para separar as coisas e aos 18 anos comecei no caminho do
álcool também.
Pensava que tinha
controle sobre a bebida, a usava porque ela dava prazer, alegria, trazia
conquistas, como aquela mulherada que víamos nas propagandas de televisão são
lindas ali no reclame, né?. Mas não foi isto que aconteceu.
Com o passar dos anos,
eu precisava de mais e mais álcool, pois o organismo se torna tolerante a
bebida e cada vez mais precisa de uma quantidade maior para ter as mesmas
sensações daquela única cervejinha que tomava quando comecei a beber.
Então as doses foram
aumentando e os tipos de bebida também. Até que um dia, não mais satisfeito de
beber tanto, parti para outras drogas, como a cocaína. Também foram aumentando
as amarguras de minha família e minha autoestima – meu amor próprio e minha
vontade foram se dissipando, foram indo embora.
Isso começou a afetar de
forma intensa a família e pessoas muito amigas, que penavam em ver-me caindo
nas ruas ou causando problemas, confusão e quase mortes em vários lugares.
E quanto as belas
mulheres das propagandas de televisão, você deve imaginar o que encontrei.
Estava frequentado
lugares que sempre temi, como as biqueiras onde buscava minhas “droguinhas”.
Estava andando com pessoas, que muitas pessoas nem passavam perto, de temor, e
isso só me afundava, me levando a um abismo sem fim, e assim fui destruindo
minha moral perante a sociedade. Cada vez que colocava em meu organismo estas
substâncias alcoólicas ou químicas, me tornava cada vez mais um antissocial.
Minhas alucinações,
delírios e crises começaram a surgir, cada vez mais e com maior intensidade.
Não vou lhe falar quantas vezes fiquei internado, pois não saberia precisar a
quantidade, pois foram muitas vezes.
Um dia não aguentava
mais esta vida, ajoelhei pedindo a deus uma saída, pois não aguentava mais
tanta depressão, pois a droga tem um ciclo: inicialmente causa entusiasmo,
depois vem a perturbação mental e a depressão.
Ai você ingere mais
droga para voltar a se entusiasmar. É uma bola de neve. Quando menos esperamos
nos tornamos um dependente.
Deus me ouviu e mandou
um anjo em minha casa, um amigo que não via há muito tempo, também dependente.
Este meu amigo chegou
num sábado pela manhã aqui em casa, eu estava acordando de uma ressaca brava,
ele me convidou à participar de um grupo que ele estava frequentando e me disse
que estava em abstinência do álcool e drogas há mais de 06 meses.
Inicialmente não
acreditei no meu amigo, mas pensei na hora, este é o sinal de deus! Pois se
este meu amigo que tanto bebeu e se drogou conseguiu parar, por quê eu não vou
conseguir? Por quê?
Resolvi me dar uma
chance e fui frequentar o mesmo lugar que estava auxiliando o meu amigo em sua
recuperação.
Hoje estou há meses sem
ingerir nenhum tipo de substância nociva ao meu organismo.
Deixo aqui pra você duas
frases para reflexão:
Drogas são subtração!
Viver sem elas é evolução!
Depois que deixei as
drogas observei que meu ciclo de amizades voltava a ser interessante e que me
agregavam muitos valores, além de estar reconquistando minha família que hoje
vive muito feliz, e até voltou a me convidar para as ocasiões familiares ( pois
antigamente eu era o excluído).
Também resolvi investir
na prevenção ao uso abusivo de drogas e fiz treinamento no denarc, me tornando
um agente de prevenção ao uso de drogas.
Através de cursos e
palestras que ministro hoje e grupos de recuperação, me motivo cada dia mais a
manter a distância desta vida ilusória e a resgatar e prevenir vidas.
Concluindo, a
dependência é lenta, progressiva e tem um ciclo certo se não interrompido a
tempo: começo, dependência e morte!
Dizem que na vida das
pessoas dependentes, existem 3 c’s: caixão, cama ou cadeia, eu vivenciei dois
deles, e graças a deus, ao meu amigo e a mim que me dei esta chance, estou
muito vivo e continuarei por muitos anos, para poder dar minha contribuição a
quem ainda não se recuperou desta doença tão sofrida pra quem adquiri e para os
familiares, pessoas que nos amam, que sofrem muito.
Espero que este relato
lhe ajude e que você acredite sempre na força do amor divino. Pois deus nunca
lhe abandonará e os familiares que realmente o amam, sempre estarão a sua
volta, mas honre sempre este amor e tome a atitude que julgar adequada para
chegar a ter uma boa qualidade de vida, pois só você pode decidir por isto!
Temos aqui em SP a
associação antialcoólica onde busquei ajuda, por orientação do meu amigo,
considero vital participar de grupos assim, pois você só terá conquistas ao
lado de uma organização de dependentes e ao lado de deus te segurando, e o
apoio incondicional da família que é o esteio que necessitamos sempre!
Com muito carinho, amor
e desejo de sucesso,
X.
Esta carta foi enviada
em 02/03/2008 para um amigo internado em recuperação.
Texto retirado do site:
RESSENTIMENTOS
Lutamos
para nos libertar dos ressentimentos, mas eles são como ervas daninhas cujas
raízes são muito fortes. Quando permitimos, os ressentimentos apagam todos os
outros sentimentos que possamos ter. Destroem nossa serenidade, arruínam nossas
relações, nos tornamos pessoas amargas e isoladas.
Os
ressentimentos começam com uma mágoa, até um ressentimento firme, e chegam ao
ódio e à sede de vingança.
O
que usamos para alimentar nossos ressentimentos:
–
Coisas que fizemos contra nós que consideramos egoístas e com falta de
consideração.
–
Coisas que as pessoas não fizeram o suficiente por nós.
Como
os ressentimentos nos afetam:
–
Não conseguimos tirá-los de nossa mente.
–
Ficamos tão concentrados na pessoa que ressentimos que não conseguimos fazer
coisas mais agradáveis.
–
Sentimo-nos magoados e frustrados a maior parte do tempo.
–
Sentimos pena de nós mesmos, pelo muito que sofremos.
–
Nos irritamos com as outras pessoas e nossas relações com elas são afetadas.
–
Apresentamos sintomas das emoções desagradáveis que não expressamos, como: dor
de cabeça, dor de estomago, músculos doloridos, etc.
–
Achamos que todas as pessoas são más, sem consideração por nós.
O
problema maior com os ressentimentos é que eles gastam uma quantidade enorme de
energia. Podemos ficar amarrados neles e quando isso acontece nosso crescimento
emocional e espiritual é detido.
Quando
perdoamos, nos livramos dos ressentimentos. Perdoar exige tempo, paciência e
muita responsabilidade. Precisamos talvez primeiro perdoar a nós mesmos antes
de perdoar aos outros. Nossa meta ao perdoar consiste em curar as velhas
feridas para pôr fim aos ressentimentos e ir em frente em nossas vidas.
Sugestões
para ajudar a perdoar
1.
faça uma lista de todas as pessoas que precisa perdoar, inclua-se nesta lista.
Por que você precisa perdoar essas pessoas?
2.
Que danos os ressentimentos estão causando? Quais as conseqüências?
3.
Escreva os pensamentos negativos que você têm a respeito dessas pessoas.
4.
Escreva as formas como você age com essas pessoas: como as evita, contando
piadas ou fazendo comentários sarcásticos sobre elas, como as ataca, etc.
5.
Assuma o compromisso de parar com esses pensamentos e ações, o que for
possível. Começar com uma ou duas pessoas da lista.
6.
Faça uma outra lista. Escreva três qualidades de cada uma dessas pessoas.
Relaxe, respire profundamente. Comece a pensar em cada uma dessas pessoas como
um ser humano único. Mantenha um enfoque positivo.
7.
Muitas pessoas podem começar a perdoar as outras orando por elas. Outra forma
consiste em ter pensamentos positivos sobre elas.
8.
Escreva três coisas positivas que pode fazer com ou por elas. Procurar colocar
isso em prática (perdoar é um processo gradual).
9.
Lembrar das frases: "Terei paciência comigo". "Sem
condições", não esperarei nem exigirei nada das pessoas a quem perdoar,
inclusive que me perdoem. "Perdoar é bom para mim, não para os
outros".
10.
Para poder se perdoar, procurar toda ajuda possível, dos amigos, terapeutas ou
guias espirituais.
Como
evitar a formação de novos ressentimentos:
1.
Lidar com o problema real, sem aumentá-lo. Manter-se realista.
2.
Manter-se ativo. Os ressentimentos se formam quando se está inativo. A pessoa
começa a de sentir impotente e sem esperança. Não permita se sentir ou agir
como uma vítima, cheia de autopiedade.
3.
Manter-se no dia de hoje. Não voltar às velhas feridas.
5.
Procurar ajuda, quando necessária. Não deixar que a mágoa se transforme em
ressentimento e ódio.
6.
Não permitir que sua serenidade dependa de outra pessoa. Você é responsável por
ela.
*
* *
"...esse
negócio de ressentimento é infinitamente grave, porque quando estamos abrigando
esses sentimentos, nos afastamos da luz do espírito." (Na Opinião do Bill, pág
5)
Vivência
n° 77 – Maio/Junho 2002
REENCONTRO
Reencontrei alguém que eu
perdera para as drogas e estou vivendo um milagre.
Tudo o que acontece, desde o momento em que desperto pela manhã até o momento em que adormeço a noite, eu percepciono de uma nova forma.
Até meu sono mudou. Saiu do estado de alerta.
Eu tinha um sonho recorrente no qual nós dois vivíamos felizes até que, por descuido, ele ingeria algo que continha um veneno letal.
Mas ele continuava feliz, ignorando o fato de estar envenenado.
No entanto eu perdia minha alegria para o reconhecimento da eminência do seu fim.
O sonho a noite e, durante o dia a consciência de que ele estava se destruindo.
Eu deveria tê-lo esquecido, mas nunca consegui.
Um raro caso onde o medo de perder para sempre foi maior do que a esperança de ter de volta. E que, ainda assim, resultou no reencontro.
Hoje estou em modo descanso - mesmo que esteja correndo numa esteira fazendo um exame de esforço, me sinto descansada.
Descansada de um medo que assombrou minha vida todos os dias durante décadas.
Medo de que ele desistisse e deixasse que o álcool e as drogas determinassem o seu fim.
Quem sente esse medo sabe as proporções que ele pode tomar.
O mais tranquilo passeio num parque florido em plena primavera é tenso.
O mais leve sorriso esboçado num momento feliz é pesado.
Nada é leve. Nem mesmo a fé.
Quando tememos perder alguém para as drogas, a fé que temos carrega o peso da desilusão.
Tudo o que acontece, desde o momento em que desperto pela manhã até o momento em que adormeço a noite, eu percepciono de uma nova forma.
Até meu sono mudou. Saiu do estado de alerta.
Eu tinha um sonho recorrente no qual nós dois vivíamos felizes até que, por descuido, ele ingeria algo que continha um veneno letal.
Mas ele continuava feliz, ignorando o fato de estar envenenado.
No entanto eu perdia minha alegria para o reconhecimento da eminência do seu fim.
O sonho a noite e, durante o dia a consciência de que ele estava se destruindo.
Eu deveria tê-lo esquecido, mas nunca consegui.
Um raro caso onde o medo de perder para sempre foi maior do que a esperança de ter de volta. E que, ainda assim, resultou no reencontro.
Hoje estou em modo descanso - mesmo que esteja correndo numa esteira fazendo um exame de esforço, me sinto descansada.
Descansada de um medo que assombrou minha vida todos os dias durante décadas.
Medo de que ele desistisse e deixasse que o álcool e as drogas determinassem o seu fim.
Quem sente esse medo sabe as proporções que ele pode tomar.
O mais tranquilo passeio num parque florido em plena primavera é tenso.
O mais leve sorriso esboçado num momento feliz é pesado.
Nada é leve. Nem mesmo a fé.
Quando tememos perder alguém para as drogas, a fé que temos carrega o peso da desilusão.
Eu e ele temos quase a mesma
idade. Vivi no máximo um ano neste mundo sem sua presença.
Não lembro da minha vida sem ele.
Mas aquele garoto, com quem brinquei e briguei na infância e com quem contava para viver minha adolescência, desapareceu em algum lugar na estrada da juventude.
Não desapareceu subitamente. Ele foi sumindo aos poucos. Como se tivesse pego a bifurcação da estrada sem olhar pra trás.
Eu permaneci lá, naquela bifurcação, olhando seu vulto cada vez mais distante.
Sei que a minha vida seguiu e que foi fruto da minha própria caminhada.
Mas sempre vivi com a sensação de que estava lá, parada, esperando ele voltar.
Até que ele voltou.
Voltou aos poucos, assim como se foi.
A volta é lenta, talvez mais lenta que a partida.
Como uma imagem distante vindo em minha direção, ele foi ficando cada vez mais nítido.
E eu o reconheci.
Um difícil reconhecimento, décadas depois.
Mas eu o reconheci.
Primeiro a respiração.
Depois o tom da voz.
Não lembro da minha vida sem ele.
Mas aquele garoto, com quem brinquei e briguei na infância e com quem contava para viver minha adolescência, desapareceu em algum lugar na estrada da juventude.
Não desapareceu subitamente. Ele foi sumindo aos poucos. Como se tivesse pego a bifurcação da estrada sem olhar pra trás.
Eu permaneci lá, naquela bifurcação, olhando seu vulto cada vez mais distante.
Sei que a minha vida seguiu e que foi fruto da minha própria caminhada.
Mas sempre vivi com a sensação de que estava lá, parada, esperando ele voltar.
Até que ele voltou.
Voltou aos poucos, assim como se foi.
A volta é lenta, talvez mais lenta que a partida.
Como uma imagem distante vindo em minha direção, ele foi ficando cada vez mais nítido.
E eu o reconheci.
Um difícil reconhecimento, décadas depois.
Mas eu o reconheci.
Primeiro a respiração.
Depois o tom da voz.
A mesma de quando éramos crianças.
Neste olhar estava clara a decisão de lutar pela vida.
Decidiu viver, só por hoje
É um vencedor.
O maior dos vencedores.
Vence a si mesmo, um dia de cada vez.
Hoje ele leva uma vida simples e calma.
Mantém dia a dia uma rotina que lhe protege das armadilhas do vício - do perigo das bifurcações.
Num dia quente deste verão eu o vi inteiro na minha frente.
Ele me convidou para tomarmos um sorvete.
Fiquei olhando embevecida ele tomar seu sorvete como quem toma de volta a adolescência roubada. Como quem toma a vida levada num sequestro impagável.
Ao seu lado eu era uma garotinha orgulhosa de tê-lo comigo.
Um orgulho sem razão.
Orgulhosa por ele estar ali, somente.
Nada do que eu dissesse ou fizesse demonstraria o que eu estava sentindo.
Graças a Deus existe o silêncio.
A decisão de voltar foi dele e cabe somente a ele decidir se vai permanecer.
Reconheço que cada instante ao seu lado é uma dádiva.
As minhas orações são para que ele fique. Para que ele nunca mais vá embora.
Passaram-se meses desde sua volta.
Porém, mesmo que tivesse sido um único instante já teria valido a espera.
Não ouso pensar no amanhã.
Neste olhar estava clara a decisão de lutar pela vida.
Decidiu viver, só por hoje
É um vencedor.
O maior dos vencedores.
Vence a si mesmo, um dia de cada vez.
Hoje ele leva uma vida simples e calma.
Mantém dia a dia uma rotina que lhe protege das armadilhas do vício - do perigo das bifurcações.
Num dia quente deste verão eu o vi inteiro na minha frente.
Ele me convidou para tomarmos um sorvete.
Fiquei olhando embevecida ele tomar seu sorvete como quem toma de volta a adolescência roubada. Como quem toma a vida levada num sequestro impagável.
Ao seu lado eu era uma garotinha orgulhosa de tê-lo comigo.
Um orgulho sem razão.
Orgulhosa por ele estar ali, somente.
Nada do que eu dissesse ou fizesse demonstraria o que eu estava sentindo.
Graças a Deus existe o silêncio.
A decisão de voltar foi dele e cabe somente a ele decidir se vai permanecer.
Reconheço que cada instante ao seu lado é uma dádiva.
As minhas orações são para que ele fique. Para que ele nunca mais vá embora.
Passaram-se meses desde sua volta.
Porém, mesmo que tivesse sido um único instante já teria valido a espera.
Não ouso pensar no amanhã.
Reencontros são milagres.
Texto extraído do Blog "Grayceando":
UMA TARDE SOMBRIA
O
frio e o vento caracterizavam Rio Grande no inverno.
De
avental branco, óculos no rosto, livro de anotações embaixo do braço,
documentos policiais e caneta na mão, por mais uma das inúmeras vezes, entrei
no necrotério do Posto Médico-legal onde exerço a função de perito
médico-legista.
O
trabalho seria igual a tantos os outros: buscar através de necropsia a causa da
morte.
Diferentes
estavam os estados de meu espírito, minha alma e meus sentimentos. Nem sempre
são os mesmos. Variam por fatores que desconheço.
É
verdade que a rotina do trabalho tornou-me mais duro embora nunca tenha
conseguido fazer-me insensível. Não raro percebo alguma lágrima rolando pelo
rosto. Rapidamente seco e sempre atribuo a algum cheiro mais forte.
Por
vezes olho o Cristo que coloquei na parede e pergunto: - por quê? Estranho, mas
sempre ouço alguma resposta.
Em
cima da mesa fria o corpo de um homem, meia idade, quase igualmente gelado e
rígido. As vestes maltrapilhas trajadas como uniforme do abandono; o rosto
inchado por edema; barriga crescida por ascite; feridas em antebraços e pernas
por pelagra, pelos púbicos com implantação feminina por alteração hormonal;
musculatura frágil por falta de proteínas, cheiro fétido por esquecimento dos
hábitos de higiene.
Olhei
para o meu auxiliar e fiz o diagnóstico: - mais um bebum! Cirrose!
A
necropsia transcorreu com a frieza e a técnica científica necessária. O
diagnóstico foi mesmo de cirrose. Fígado destruído, baço aumentado, varizes no
esôfago, edema no cérebro, inflamação no estomago repleto de liquido
transparente com cheiro forte de álcool. Mas a tarde era sombria, havia frio e vento
e meu espírito, minha alma e meus sentimentos, igualmente, pareciam combinar
com o clima.
Olhei
para o corpo do homem, suas roupas, sua condição e mais uma vez sequei uma
lágrima que rolava pelo rosto. Talvez fosse do cheiro forte do formol que havia
na sala.
Quando
percebi que não havia formol na sala deparei-me com meu pensamento imaginando a
história daquele homem, suas razões, seus sofrimentos.
Teria
conhecido os pais? Tido irmãos? Teria estudado, trabalhado? Teria amado? Também
teria sido amado? Teria constituído uma família com casa, mulher, filhos,
cachorro, sogra? Afinal, qual seria seu desencanto? As
injustiças do mundo? Teria a vida sido a ele mais justa que a tantos outros?
Minha
reflexão não trouxe qualquer resposta. Por mais que formulasse perguntas a mim
mesmo, mais dúvidas encontrava.
Saí
da sala de necropsias convencido que seria inútil buscar respostas. Era mais um
bebum morto, mais uma cirrose diagnosticada. Nisso não havia novidade;
diferentes estavam meu espírito, minha alma e meus sentimentos... Sombrios como
a tarde.
Entrei
no setor administrativo do Posto para preencher a Declaração de Óbito.
Num
banco pobre de madeira estavam sentados a esposa, um filho e uma filha. Olhei
para todos e a cada um deles. Penetrei profundamente em suas almas por seus
olhos parados. Por instantes conversamos sem trocar uma palavra. Eu não estava
ali para anunciar a morte que eles já sabiam, nem para dar um diagnostico que,
igualmente, conheciam. Eu apenas estava ali, em nome da lei, para entregar-lhes
um documento que possibilitaria o enterro do cadáver de um esposo e pai.
Olhei
a mulher e conversamos. Soube que estavam separados fazia algum tempo. Depois
de muitos anos de sofrimento, havia buscado viver sem marido. Ela não chorava
de derramar lágrimas. Em seu semblante havia marcas de vivencias muito mais
profundas que as deixadas por sua idade. Não havia ódio. Havia mágoa. Uma
profunda mágoa, uma tristeza do tamanho do mundo. Seu depoimento, insistindo em
testemunhar que quando ele não bebia era um homem bom, saía por voz serena, sem
culpas ou lamentos. Dava a perceber que o amor que havia existido deixou algum
tipo de sentimento bom. Não sei qual. Restava, talvez, alguma lembrança. Quem
sabe do primeiro beijo, pensei eu.
Depois
olhei o filho. Tinha os olhos de quem não havia chorado uma disposição de manter-se
firme. Não consegui encontrar desprezo em sua expressão. Havia dor. Seu herói
havia tombado. Não havia mais tempo de retomar qualquer conversa.
Com
o olhar da mulher e dos filhos fixados em minha mente voltei para casa.
O
dia parecia-me mais sombrio, a chuva e o vento mais fortes.
A
mulher não recordou das agressões sofridas. O filho não contou vergonhas
passadas. A filha desconsiderou as ausências havidas.
E
eu, não havia realizado a necropsia em mais um bebum: havia encontrado o
cadáver de um homem que amou, foi muito amado e, lamentavelmente, padeceu de
uma doença chamada alcoolismo.
Dr.
Flávio Ennes Cardone
Médico Legista/RS
Médico Legista/RS
Vivencia Nº111 – Janeiro/Fevereiro - 2008
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