RESPONSABILIDADE E DESLIGAMENTO


O alcoolismo, a doença da família, obscurece nosso senso de realidade, tornando difícil distinguir o que é nossa responsabilidade e o que não é.  Alguns entre nós evitam assumir responsabilidades, dependendo dos outros para cumprir nossas obrigações.  Alguns se tornam facilitadores, fazendo pelos outros aquilo que eles deveriam ter o direito de fazer por si mesmos.  Um falso senso de responsabilidade nos sussurra que somos completa e eternamente culpados, e pode nos impedir de ter qualquer perspectiva de nossas circunstâncias.  O desligamento com amor às vezes significa amar a nós mesmos o suficiente para cessar com a culpa, medo e autopiedade por tempo suficiente para estabelecer uma separação entre nós e o problema, até que possamos esclarecer nossas opções e responsabilidades, identificar como nós contribuímos para o problema, e esquecer o resto.

Mas o desligamento pode ser um processo muito desagradável.  Em situações que escapam ao nosso controle, como, experimentar sentimentos opressivos ou ver nossos queridos alcoólicos enfrentarem as consequências de seus próprios atos, levam muitos de nós, automaticamente, a procurar alguém sobre quem descarregar a culpa ou o ressentimento.  Alguns passam horas e horas catalogando injustiças e discutindo interiormente com pessoas ausentes.  Ou nos voltamos contra nós mesmos, atacando com armas como a vergonha, a culpa, o ódio a nós mesmos, e a dúvida.  Pode ser que nos comportemos de maneira autodestrutiva ou até pensemos em suicídio.  Nossos pensamentos nos levam a acreditar que não somos bons o suficiente, que nossas circunstâncias não são boas o suficiente, que não possuímos o suficiente nem fazemos o bastante, e que somos vítimas sem direito a esperança.  Mesmo depois de anos de recuperação talvez apontemos e dedo contra nós mesmos e digamos: “Depois de “X” anos no Al-Anon, eu não deveria estar nesta situação” ou: “Uma pessoa com espiritualidade não deveria sentir isso”.


Todo sentimento que não vem à tona pode exercer domínio sobre nós.  É possível que ainda precisemos sentir culpa, arrependimento, dúvida e ressentimento sem censura, antes que possamos nos livrar deles.  Reconhecer e compartilhar esses sentimentos com um padrinho de Al-Anon e com outros companheiros pode ser de grande ajuda.  Uma vez que esses pensamentos e sentimentos são expostos, teremos alguma coisa para trabalhar.



Entretanto, a longo prazo, muitos de nós descobrimos que, esteja o dedo apontando para nós mesmos ou para outras pessoas, toda vez que atacamos, nós perdemos.  Ou nos aferramos na crença de que somos vítimas indefesas num mundo hostil, ou nos convencemos de que realmente merecemos que nos tratem mal.  Pensamentos de violência podem ser tão eficazes como qualquer droga para desviar nossa atenção de nós mesmos, de nossos verdadeiros sentimentos e de nossas responsabilidades – e com o tempo, podem se tornar igualmente destrutivos.


Alguns de nós realmente foram vítimas no passado.  Talvez tenham tido poucas chances; ou talvez não tenham reconhecido as opções que estavam à sua disposição.  Hoje sabemos que a escolha está em nossas mãos – nós decidimos se queremos ou não permanecer como vítimas.  No Al-Anon, aprendemos que a mudança de atitude pode ajudar na recuperação.  O que vamos aprender com nossos pensamentos e atitudes está em nossas mãos.






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SOLTE-SE E ENTREGUE-SE A DEUS



Solte-se e entregue-se  a Deus.  Isso soa tão simples.  Mas quando nossa situação ou as situações daqueles a quem amamos afligem nossas mentes, podemos não ter ideia de como fazê-lo.  Alguns de nós debatem-se com o simples conceito de um Poder Superior.  Outros começam a questionar longa e profundamente suas crenças, especialmente em momentos de tensão.




Podemos nos tornar impacientes com nós mesmos, certos de que deve haver um meio de evitar todo este confronto, e de que devemos estar fazendo algo errado.  Muitos de nós reveem o mesmo cenário repetidas vezes, procurando por aquela resposta ilusória que irá resolver tudo, “quebrando a cabeça” obsessivamente em torno de algo que podemos fazer de maneira diferente ou que poderíamos ter feito de maneira diferente no passado.  Ao mesmo tempo, desejamos poder simplesmente deixar de lutar com nós mesmos.  Concluímos que enquanto houver uma chance de imaginar uma solução, devemos continuar tentando, mesmo que os dias ou meses desses esforços não tenham conduzido a nada além da frustração e uma crescente sensação de desespero e urgência.  Podemos intimamente achar que este problema é importante demais para confiar a Deus, como se tivéssemos o poder de imprimir que Sua vontade se revele, com o simples exercício de nossa resistência.  Temos medo de que se nos rendermos, algo pode acontecer – nossos piores pesadelos podem se tornar realidade.


E, de alguma forma, isso é verdade: algo pode acontecer.  Até mesmo alguma coisa maravilhosa.

Realmente, qualquer coisa pode acontecer, quer nos soltemos ou não.  É uma ilusão achar que, enquanto nos agarramos à situação, temos algum controle e podemos impedir os infortúnios de atingir nossas vidas.  Rendição significa aceitar nossa impotência para mudar muitas das realidades de nossas vidas, mesmo se acharmos essas realidades devastadoras; em vez disso, significa confiar num Poder maior do que nós.  A fé tem sido comparada a estar num túnel escuro e não vislumbrar a luz, mas ainda assim, rastejar em frente, como se a tivéssemos visto.  Embora nossas situações possam parecer realmente devastadoras, quando nos voltamos para um Poder Superior, ao invés dos nossos obstinados desejos, já teremos começado a nos mover em direção à luz.



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CUIDANDO DE NÓS MESMOS


A última coisa que nos passa pela mente no meio de uma crise talvez seja cuidar mais de nós mesmos, mas isso pode ser a melhor garantia para enfrentar o que venha a ocorrer.  É tão fácil pular uma refeição, ou se empanturrar com porcarias, ou se contentar com poucas horas de sono.  Sentimos que estamos ocupados demais para ir ao banheiro, muito menos para meditar; estamos muito ocupados para ir a uma reunião ou para dar cinco minutos a nós mesmos.  Podemos esperar uma eternidade para ter disposição para iniciar exercícios físicos ou para encontrar inspiração para rezar.  O alcoolismo é uma doença tríplice – espiritual, emocional e física – não só para o alcoólico, mas também para aqueles de nós que foram afetados pela maneira de beber de outra pessoa.  Quando as circunstâncias nos levam a ignorar nossas necessidades espirituais, emocionais e físicas, estamos convidando essa doença progressiva a avançar.  Se agirmos como se nossas necessidades fossem insignificantes, estaremos sutilmente ensinando a nós mesmos que somos insignificantes.  É por isso que muitos de nós descobriram  que é muito importante estar atentos para cuidar bem de nós mesmos, especialmente em períodos de esgotamento.  Ninguém mais pode fazer isso por nós.


Cuidar bem de nós mesmos, pode significar estabelecer metas realistas e planos de atividades possíveis de serem executados.  Dez grandes realizações, podem ser fáceis de se conseguir em um dia; sair da cama poderia exigir enorme esforço em outro dia.  Temos que ser flexíveis e perceber que não somos máquinas.  Alguns de nós consideram útil definir expectativas claras à respeito das atividades que vamos assumir em um determinado dia, nos certificando de que quando fizermos essas coisas, vamos parar.  Podemos decidir quando já é o suficiente.



Com cada uma dessas atitudes nos asseguramos que somos importantes e que merecemos saúde, amor-próprio e autorrespeito, não importa o que esteja acontecendo em nossas vidas.  Isso apenas vai nos tornar mais capazes para saber e fazer a vontade de nosso Poder Superior.






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COMPREENDENDO A MIM MESMA


“Se eu estiver sendo severo comigo mesmo, posso parar e me lembrar de que mereço de mim mesmo gentileza e compreensão.  Ser humano não é defeito de caráter! Hoje serei gentil com a minha própria humanidade. 

 “ A questão não é que um homem pode desprezar, ou depreciar, ou criticar, mas o que ele pode amar, valorizar e a apreciar. John Ruskin”  

(Coragem para mudar – LAC B-16)

 

Não posso cobrar muito de mim mesma. Com muita serenidade devo viver um dia de cada vez e possibilitar a mim mesma momentos de recuperação e desempenhar sempre a nosso progresso pessoal dentro dos nossos limites. O respeito próprio pelo nosso corpo, espírito e mente são cruciais. Devo viver uma vida melhor dentro do que eu posso, dentro do que eu permito. E tentar viver sempre em harmonia com as pessoas que nos cercam.

 

(membro Al-Anon ES)



ELIXIR A-ANON



USO ADULTO E PEDIÁTRICO


COMPOSIÇÃO ATIVA:

PAZ, PERDÃO,
MISERICÓRDIA, AMOR.



INFORMAÇÕES  AO PACIENTE:

AÇÃO DO MEDICAMENTO: o elixir Al-Alnon é um medicamento que possui em sua fórmula a substância chamada serenidade.

Esta substância tem uma ação calmante, isso é, aumenta o nível de serenidade no organismo.


INDICAÇÃO DO MEDICAMENTO:

É INDICADO COMO PROTETOR:
Protege: o coração, a mente e a alma. É 100% indicado para todos os tipos de pessoas que se queixam no calor das dificuldades;

Protege você de todo e qualquer efeito nocivo das radiações deixadas pelos traumas psicológicos.

PROTEÇÃO CONSTANTE: mantém o grau de proteção total por toda a vida, seja na terra, na água no ar.

INDICAÇÃO: estresse, desânimo, solidão, perda da auto estima, medo, culpa, depressão, cansaço físico e mental.


SENSAÇÃO CAUSADA: mansidão, equilíbrio, segurança, bondade, retidão e tranquilidade.

ATENÇÃO: conserve sempre na sua mente e no seu coração. A eficácia desse produto é 100% natural.

Deixe ao alcance das crianças e jovens, elas também precisam de proteção.

O elixir AL-Anon é para todas as idades, indicado para qualquer raça, crença ou situação financeira.

MODO DE USAR: 1 dose por semana ou na dosagem diária de sua preferência.

INSTRUÇÕES: não precisa agitar e não deve ser misturado com outro tipo de medicamento.


HIDRATAÇÃO: hidrata com palavras de mansidão prevenindo o ressecamento causado pela falta de amor e compreensão.

SERVIÇO AO CONSUMIDOR: ligação grátis de qualquer lugar que você esteja
É só entrar em contato com qualquer grupo de sua preferência!

Informações pelo TEL:(27) 3322-6551



FARMACÊUTICOS RESPONSÁVEIS: familiares de alcoólicos.

LABORATÓRIO: AL-ANON S.A.

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ATENÇÃO:
O ministério do Al-Anon adverte: não abandone o tratamento!



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O MODO DE OLHAR A VIDA


Uma pessoa olha para a vida e vê beleza, amizade,  bondade  e ternura. Uma outra olha para a mesma  vida e vê feiura , solidão, problemas e desespero. O que faz a diferença? As atitudes.  As  nossas atitudes determinarão se estaremos felizes ou tristes, irrequietos ou à vontade, ressentidos ou compreensivos , zangados ou serenos, afetuosos ou rancorosos,  amadurecidos ou imaturos, inteiros ou incompletos.”  (Doze passos e Doze tradições – LAC P18 – literatura Al-Anon)

O DÉCIMO PASSO


“ Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente. ”

Este pensamento leva-nos ao Décimo Passo, que nos sugere continuarmos com o nosso inventário pessoal e a reparar quaisquer novos erros que cometermos. Começamos energicamente com este modo de vida quando limpamos o passado. Entramos no mundo do Espírito. A nossa tarefa seguinte é crescer em compreensão e eficácia. Isto não é um assunto que se resolva de um dia para o outro. É uma tarefa para toda a vida e temos de continuar atentos ao egoísmo, desonestidade, ressentimento e medo.  Quando surgem, pedimos logo a Deus que nos liberte deles. Falamos imediatamente com alguém e fazemos logo reparações se tivermos causado danos. Depois, com determinação, voltamos os nossos pensamentos para alguém a quem possamos ajudar. O amor e a tolerância pelos outros são o nosso código.


Assim, deixamos também de lutar contra pessoas e coisas, incluindo o álcool. Por esta altura já teremos recuperado a razão. Raramente teremos interesse no álcool. Em caso de tentação, recuamos como se fosse perante uma chama. Reagimos normalmente e com sanidade, descobrindo que esta maneira de reagir nos veio automaticamente. Veremos que a nossa nova atitude perante o álcool nos foi dada sem qualquer pensamento ou esforço da nossa parte. Vem naturalmente! É aqui que está o milagre. Sentimo-nos como se estivéssemos numa posição de neutralidade - seguros e protegidos. Nem sequer fizemos uma jura solene. Em vez disso, o problema foi eliminado. Deixou de existir para nós. Não nos sentimos arrogantes nem tão-pouco temos medo. Esta é a nossa experiência. É assim que reagimos se nos mantivermos em boa condição espiritual.


Neste programa espiritual de ação é fácil desleixarmo-nos e descansarmos sobre os nossos louros. Se isto acontecer, vamos arranjar problemas, porque o álcool é um inimigo sutil. Não estamos curados da doença do alcoolismo. O que nós temos na realidade é uma suspensão diária, que depende de mantermos a nossa condição espiritual. Cada dia é um dia em que todas as nossas atividades devem refletir a expressão da vontade de Deus. "Como Te posso servir melhor - seja feita a Tua vontade (e não a minha)". Estes pensamentos devem acompanhar-nos constantemente. Neste sentido, podemos praticar a nossa força de vontade tanto quanto quisermos.


Tem-se dito já muito sobre a força, a inspiração e a orientação que recebemos Daquele que tudo sabe e tudo pode. Se tivermos seguindo as indicações cuidadosamente, já teremos começado a sentir em nós a influência do Seu Espírito. Tornamo-nos de certo modo conscientes da presença de Deus. Começamos a desenvolver este sexto sentido vital. Mas temos de prosseguir e isto significa mais ação.



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FELIZ ANIVERSÁRIO!


Hoje é um dia muito especial na minha vida. Hoje é o aniversário do meu amor. Fizemos uma festa com bolo e velas. Veio quase toda a família e amigos. Comemoramos num clima de muita paz e o tempo até favoreceu, ficou nublado e não choveu, estava bastante ameno. Como é bom depois de muitos anos fazendo a PROGRAMAÇÃO tanto por minha parte PARTICIPANDO do AL-ANON e o meu aniversariante que faz a programação no AA, conseguimos num clima de respeito nos harmonizar com todas as pessoas presentes. Talvez sejam alcoólatras e não sabem, ou estão alcoolizadas ou não toleram nenhum tipo de bebida, pois entendemos que cada um sabe que PROBLEMA tem, ou melhor,  depende de nós , cuidarmos de nós mesmos, ou depende unicamente de nós, PEDIR AJUDA.  Por isso, desejo ao meu alcoólico que está em plena recuperação,     FELIZ ANIVERSÁRIO  !

TOMANDO DECISÕES


Mudar é arriscado, mas chega um tempo em que entendemos que ações devem ser executadas e decisões devem ser tomadas.  Se estivermos considerando um confronto ou um processo judicial, procurar terapia, abrir uma conta bancária, largar ou arrumar um emprego, escrever uma carta de desculpas, iniciar um divórcio, esperar um pouco antes de tomar uma decisão particular, casar ou qualquer outra coisa, tomar decisões pode ser um desafio.



Decisões no passado podem ter sido tomadas de forma precipitada, irrefletida ou com medo.  No Al-Anon, muitos de nós achamos que é importante examinar nossos motivos, bem como nossas opções, quando enfrentamos decisões.  Somos capazes de ver nossas atitudes com clareza, ou nossas mentes estão nubladas pelos efeitos do alcoolismo de outra pessoa?  Esta escolha é uma reação à provocação? Tendo sido pressionados, estamos pressionando de volta quase por reflexo?  Isso é um esforço para controlar ou para punir em troca por nosso sofrimento?  Estamos tentando fazer pelos outros, o que eles deveriam fazer por si mesmos?  Estamos cedendo aos valores ou opiniões dos outros, tentando agradá-los sem considerar nossas próprias opiniões e desejos?  Em outras palavras, a doença do alcoolismo está motivando esta atitude nos levando para longe da autoestima e de uma atitude saudável?  Ou essa atitude é motivada pela retidão, uma convicção razoável de que esta é a melhor escolha a ser feita no momento, sob essas circunstâncias – e, portanto, uma escolha baseada num estado mental saudável?  O Al-Anon nunca sugere que temos que estar “perfeitos” antes de tomar decisões.  Na verdade a maioria de nós tem que aceitar que nossos motivos raramente são completamente puros.  Mas no Al-Anon, somos encorajados a sermos tão honestos quanto possível na tomada de decisões e falar sobre isso com outros membros da associação.


Nem todos podem se dar ao luxo de escolher o momento.  Uma audiência judicial não será transferida simplesmente porque não estamos inspirados a comparecer.  A execução de uma hipoteca não será adiada porque permanecemos apegados à nossa casa.  E se estivermos numa situação potencialmente perigosa, pode ser essencial tomarmos uma atitude imediata, desconsiderando como nos sentimos ou como se sentem as outras pessoas envolvidas.  Talvez jamais tenhamos as escolhas que teríamos se estivéssemos escrevendo o roteiro, mas sempre temos escolhas.  Podemos, como a Oração da Serenidade diz, aceitar as coisas que não podemos modificar e modificar as que podemos, um dia de cada vez.  Principalmente, podemos começar a mudar as nossas atitudes.


Não há uma fórmula para quando e como agir.  Cada um deve decidir por si mesmo.  Ninguém mais pode definir nosso papel na sociedade exclusiva que temos com nosso Poder Superior.  Se entregarmos nossa vontade e nossa vida a esse Poder Superior, qualquer que seja a escolha que fizermos poderá ser usada para nosso crescimento.  Se não tivermos certeza, podemos pedir orientação novamente.  E então dependerá de nós conseguirmos a tranquilidade necessária para ouvir as respostas que recebermos, confiando que nossos sentimentos, pensamentos e ações serão guiados por um Poder Superior a nós mesmos.



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SONHOS E EXPECTATIVAS


Grandes mudanças podem abalar as mais fortes convicções que temos sobre nós mesmos, sobre aqueles que amamos, e sobre o mundo em que vivemos.  Não é de admirar que sejamos tão vulneráveis e confusos quando os fundamentos sobre os quais construímos nossas vidas parecem se desfazer sob nossos pés.  Embora não mais neguemos nossa realidade, muitos de nós experimentam um profundo sentimento de perda à medida que nos afastamos do mundo de faz-de-conta no qual nos sentíamos seguros.


A perda de um sonho pode, muitas vezes, ser mais dolorosa do que uma perda concreta.  Quantos de nós se apaixonaram pelo potencial de alguém?  Quantos se agarraram desesperadamente a promessas de que da próxima vez seria diferente – parar de beber, jamais repetir o comportamento agressivo – só para ficarem mais uma vez desapontados? Muitas vezes temos esperanças muito dignas e generosas para as pessoas que amamos, e para nós mesmos; sonhamos com sucesso e realização na nossa vida doméstica e no trabalho; com todas as nossas forças desejamos deixar para trás um passado doloroso.  Sejam esses sonhos realistas ou não, quando alguma coisa os despedaça, perdemos uma parte de nós mesmos.  Talvez nos sintamos frustrados, confusos, e terrivelmente impotentes quando velhas ideias e soluções não funcionam, como se estivéssemos presos num corredor sem portas nem janelas.  Podem surgir a raiva, o medo e outros sentimentos perturbadores.


Para qualquer pessoa que não esteja acostumada a este tipo de emoção, esta experiência pode ser particularmente assustadora.  Depois de haver passado uma vida inteira fugindo de sentimentos desagradáveis, ou de haver zombado deles, ou procurado ignorá-los, a maioria de nós temos medo de não sobreviver a eles.  O problema é que sentimentos abafados não desaparecem simplesmente.  Podem ficar conosco durante anos.  Às vezes, a única esperança que temos de nos livrar desta carga incrivelmente opressiva é nos sentar em silêncio e deixar que os sentimentos transbordem.  Quando isso acontece, compartilhar com um padrinho de Al-Anon que conheça os detalhes de nossa situação pode ser um grande alívio.  Um padrinho pode nos ajudar a lembrar que não estamos sozinhos.  Ele pode indica um princípio ou um instrumento do Al-Anon que pode nos ajudar a colocar nossos esmagadores sentimentos em sua verdadeira perspectiva.  Este apoio contínuo, muitas vezes, nos ajuda a descobrir formas jamais imaginadas para externar esses sentimentos ou nos livrar deles.  Com o tempo, com a ajuda de outros membros do Al-Anon, muitos de nós se sentem mais preparados para determinar e agir de acordo com a circunstância.



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ACEITAÇÃO


Assim como o resfriado comum tem sintomas tais como nariz escorrendo e espirros, o alcoolismo também tem sintomas tais como apagamentos e mudança de humor.  Tenho que aceitar que também eu tenho sintomas semelhantes aos do alcoólico, entre eles obsessão, ansiedade, raiva, negação e sentimento de culpa.  Estas reações ao alcoolismo afetam meus relacionamentos e minha qualidade de vida, mas à medida que aprendo a reconhecê-los e a aceitar que fui afetado por uma doença, começo a me recuperar.  No devido tempo descubro sentimentos de autovalorização, amor e ligações espirituais que me ajudam a contra-atacar as velhas respostas.  Não importa quanto eu tenha sido afetado, o Al-Anon pode me ajudar a recuperar a sanidade.

O alcoolismo é mais forte do que as boas intenções ou os desejos genuínos.  Eu não escolhi essa doença da família; o alcoólico também não.  Por isso tento ter compaixão por nós dois.

Minha aceitação dessa doença da família me permite parar de gastar energia, lutando uma batalha sem esperança, e em vez disso apelar para fontes de ajuda e de esperança genuínas – o Al-Anon e o meu Poder Superior.





“Uma vez que você tenha aceitado a ideia de que o alcoolismo é uma doença da qual bebedores compulsivos e todos aqueles que se preocupam com eles podem encontrar alívio, você não terá nenhuma razão para sentir vergonha do alcoolismo – e nem razão para teme-lo.” 
Então você ama um alcoólico




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ORIENTAR SIM, ACONSELHAR NÃO


O propósito básico do Al-Anon é o de ajudar a nós, seus membros, a resolver nossos problemas pessoais.  É importante que o recém-chegado compreenda que nossos companheiros não estão preparados, por treinamento ou experiência, a recomendar, julgar ou aconselhar no tocante a problemas pessoais íntimos, particularmente no que diz respeito a relacionamentos familiares complexos.  Esta é a função do psiquiatra, do clérigo, do assistente social ou de outros com formação profissional para este tipo de trabalho.


Profissionais têm feito muitas pesquisas sobre os efeitos do alcoolismo no casamento.  Os resultados dessas pesquisas são geralmente de interesse apenas para outros profissionais neste campo porque são técnicas demais para o leitor comum.  As que são escritas para o público em geral raramente apresentam sugestões que um indivíduo possa aplicar com êxito ao seu problema.  As pessoas que trabalham no campo de relações conjugais sabem que é inútil e, algumas vezes, até mesmo perigoso, fazer recomendações sem uma consulta pessoal com as pessoas envolvidas.  Cada situação é única; cada uma é complicada por emoções conflitantes e reações que raramente são as mesmas em dois casos.


Os membros do Al-Anon são prevenidos para não dar conselhos a respeito da linha de ação que julga ser adequada para outra pessoa adotar, mesmo se o conselho lhe for solicitado.  Nosso programa se baseia na convicção de que a maioria de nós tem o poder de efetuar modificações substanciais em nossos relacionamentos e condições de vida, procurando e corrigindo nossas próprias falhas.  À medida que essas modificações acontecem, cada um de nós saberá qual é a linha de ação adequada para determinada ocasião e situação.

O Al-Anon nos encoraja a nos tornarmos conscientes tanto de nós mesmos como indivíduos, como também das outras pessoas.

Uma maior consciência de si mesmo e um do outro, que ambos os parceiros podem adquirir através da compreensão e prática dos programas de AA e de Al-Anon, pode resolver muitos problemas aparentemente insolúveis.  Essa tem sido a experiência de milhares de membros.
A comunicação baseada no amor é uma porta aberta para muitas respostas úteis.  Essa comunicação depende da consciência e do respeito que cada um tiver da individualidade única do outro.  Isso significa também preocupação pelo bem-estar um do outro e boa vontade para aceitar no outro, aquilo que talvez não esteja à altura dos nossos próprios critérios e expectativas.  Esse amor requer também uma certa medida de autoestima e o conhecimento de nossas boas qualidades.  O mandamento “Ama teu próximo como a ti mesmo”, sugere claramente que não podemos amar outras pessoas se não nos sentirmos dignos de ser amados.  Portanto, o Al-Anon também nos ensina o valor único de nossas próprias pessoas e vidas.  Assim como nenhum ser humano deve estar sujeito ao nosso controle, nós devemos também nos sentir livres para rejeitar uma dominação tirânica.  Porque, em última análise, todos nós estamos sujeitos somente ao Poder Superior que escolhemos como guia de nossas vidas.

O poeta Rainer Maria Rilke assim se expressou:

“Quando chegarmos a compreender que mesmo entre os seres humanos mais íntimos continuam a existir distâncias infinitas, uma vida maravilhosa lado a lado pode se desenvolver, se conseguirem respeitar a distância entre eles, o que torna possível a cada um ver o outro no seu todo.  Um bom casamento é aquele em que cada um nomeia o outro guardião de sua individualidade.”

Cada um de nós é responsável por si mesmo e para consigo mesmo.  Como disse a fundadora do Al-Anon: “Não podemos entrar na cabeça de outra pessoa e virar os parafusos para que essa pessoa se comporte de maneira que nós pensamos ser a certa.”

... isso dá a cada parceiro a liberdade de ser ele mesmo, de lutar por um bom ajustamento à vida, de acordo com a maneira de cada um.  E longe de criar um relacionamento impessoal, esta ênfase na individualidade de uma pessoa cria o respeito e a confiança mútuos.





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