ORIENTAR SIM, ACONSELHAR NÃO


O propósito básico do Al-Anon é o de ajudar a nós, seus membros, a resolver nossos problemas pessoais.  É importante que o recém-chegado compreenda que nossos companheiros não estão preparados, por treinamento ou experiência, a recomendar, julgar ou aconselhar no tocante a problemas pessoais íntimos, particularmente no que diz respeito a relacionamentos familiares complexos.  Esta é a função do psiquiatra, do clérigo, do assistente social ou de outros com formação profissional para este tipo de trabalho.


Profissionais têm feito muitas pesquisas sobre os efeitos do alcoolismo no casamento.  Os resultados dessas pesquisas são geralmente de interesse apenas para outros profissionais neste campo porque são técnicas demais para o leitor comum.  As que são escritas para o público em geral raramente apresentam sugestões que um indivíduo possa aplicar com êxito ao seu problema.  As pessoas que trabalham no campo de relações conjugais sabem que é inútil e, algumas vezes, até mesmo perigoso, fazer recomendações sem uma consulta pessoal com as pessoas envolvidas.  Cada situação é única; cada uma é complicada por emoções conflitantes e reações que raramente são as mesmas em dois casos.


Os membros do Al-Anon são prevenidos para não dar conselhos a respeito da linha de ação que julga ser adequada para outra pessoa adotar, mesmo se o conselho lhe for solicitado.  Nosso programa se baseia na convicção de que a maioria de nós tem o poder de efetuar modificações substanciais em nossos relacionamentos e condições de vida, procurando e corrigindo nossas próprias falhas.  À medida que essas modificações acontecem, cada um de nós saberá qual é a linha de ação adequada para determinada ocasião e situação.

O Al-Anon nos encoraja a nos tornarmos conscientes tanto de nós mesmos como indivíduos, como também das outras pessoas.

Uma maior consciência de si mesmo e um do outro, que ambos os parceiros podem adquirir através da compreensão e prática dos programas de AA e de Al-Anon, pode resolver muitos problemas aparentemente insolúveis.  Essa tem sido a experiência de milhares de membros.
A comunicação baseada no amor é uma porta aberta para muitas respostas úteis.  Essa comunicação depende da consciência e do respeito que cada um tiver da individualidade única do outro.  Isso significa também preocupação pelo bem-estar um do outro e boa vontade para aceitar no outro, aquilo que talvez não esteja à altura dos nossos próprios critérios e expectativas.  Esse amor requer também uma certa medida de autoestima e o conhecimento de nossas boas qualidades.  O mandamento “Ama teu próximo como a ti mesmo”, sugere claramente que não podemos amar outras pessoas se não nos sentirmos dignos de ser amados.  Portanto, o Al-Anon também nos ensina o valor único de nossas próprias pessoas e vidas.  Assim como nenhum ser humano deve estar sujeito ao nosso controle, nós devemos também nos sentir livres para rejeitar uma dominação tirânica.  Porque, em última análise, todos nós estamos sujeitos somente ao Poder Superior que escolhemos como guia de nossas vidas.

O poeta Rainer Maria Rilke assim se expressou:

“Quando chegarmos a compreender que mesmo entre os seres humanos mais íntimos continuam a existir distâncias infinitas, uma vida maravilhosa lado a lado pode se desenvolver, se conseguirem respeitar a distância entre eles, o que torna possível a cada um ver o outro no seu todo.  Um bom casamento é aquele em que cada um nomeia o outro guardião de sua individualidade.”

Cada um de nós é responsável por si mesmo e para consigo mesmo.  Como disse a fundadora do Al-Anon: “Não podemos entrar na cabeça de outra pessoa e virar os parafusos para que essa pessoa se comporte de maneira que nós pensamos ser a certa.”

... isso dá a cada parceiro a liberdade de ser ele mesmo, de lutar por um bom ajustamento à vida, de acordo com a maneira de cada um.  E longe de criar um relacionamento impessoal, esta ênfase na individualidade de uma pessoa cria o respeito e a confiança mútuos.





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