DEPOIMENTO: UM SALVA VIDAS DO DESESPERO


Há três anos e meio entrei para o Al-Anon.  Os milagres conseguidos, a aventura de mudar, o alívio das emoções reprimidas são apenas algumas experiências que sinto que devo compartilhar com os outros.


Quando iniciei no Grupo eu estava doente – física e mentalmente.  Minha vida era uma obsessão maluca – o alcoolismo do meu marido.  A negligência para com as crianças e para comigo mesma era assustadora.  O medo é contagiante e o nosso lar estava cheio de medo.  Eu estava consciente disso, mas não podia fazer nada.  A vergonha, o medo do futuro – não preciso explicar!



Completamente desesperada fui à minha primeira reunião de Al-Anon, e uma sala cheia de pessoas me segurou, me levantou e me deu esperança, amor e fé.  Elas me acalmaram com o seu jeito de vá com calma.  Explicaram-me a doença do alcoolismo e, o melhor de tudo, me ensinaram sobre desligamento emocional.  Avidamente me agarrei à sua filosofia das vinte e quatro horas, e aprendi a me soltar de um problema sobre o qual era completamente impotente, de um  modo sadio e construtivo.

Aos poucos,  à medida que esta maravilhosa filosofia de amor e compreensão se infiltrava dentro de mim, tomei consciência das modificações nos meus filhos.  A energia emocional que eu vinha desperdiçando na tentativa de fazer com que  o meu marido se tornasse sóbrio, podia agora dedicar a eles de maneira construtiva.  Eles responderam como as flores à água – começaram a florir.  Olho para trás e percebo o modo ideal como eles receberam o Al-Anon.  Eles o receberam não por minha tentativa de ensinar ou fazer pregação, mas pelo poder do exemplo.  Por meio da informação que eu estava recebendo, as perguntas das crianças eram respondidas à medida que apareciam, de forma normal e verdadeira, sem alarme e sem evasivas.  As crianças são grandes imitadoras.  Esperando pela recuperação do meu marido, elas copiaram a minha maneira de aceitá-lo como um paciente.  Graças a Deus, o Al-Anon nos deu um modo saudável.  Então nos tornamos capazes de resolver os problemas que meu marido nos passava, ou aprendemos a conviver com eles.


Eis aqui um milagre que aconteceu sem que eu percebesse.  Quando as crianças e eu aceitamos o alcoolismo dele como uma doença e fizemos alguma coisa por nossas próprias vidas, hesitante e cheio de medo ele começou a aceitar o AA.


Com as primeiras semanas de sobriedade nervosa, estávamos andando sobre gelo fino.  De novo o Al-Anon veio em nosso socorro.  A experiência de outras esposas com o mesmo problema me mostrou o caminho certo.  Nunca demonstrei medo, desconfiança ou suspeita.  Tinha sido prevenida quanto a isso.  Nesse período o meu Grupo pensou por mim.  As crianças continuaram na sua nova maneira com a escola, amigos, atividades e divertimentos, que são direitos inerentes de todas as crianças.  Estavam vivendo numa casa sem medo.  Eu tinha sido exposta à coragem e à força do Al-Anon.



Veio então a nuvem cor-de-rosa da participação e atividades intensificadas do meu marido em AA.  Esta foi a maneira dele se agarrar à sobriedade.  Mal o víamos.  Mas eu não me sentia sozinha nem negligenciada.  Estava participando ativamente do meu próprio grupo.  Estava lutando pela mesma serenidade que ele.  Sem o Al-Anon, como me teria sentido solitária enquanto ele fazia progressos em AA, talvez uma solidão maior do que nunca, por não estar compartilhando da maior de todas as aventuras – o renascimento!


 

O Al-Anon me deu uma vida que não ouso ficar sem ela, mas melhor do que tudo, é que não quero nenhuma outra.  Estou me agarrando firme e egoisticamente a este salva-vidas que me foi lançado, pois, é isso que o Al-Anon simboliza: um salva-vidas do desespero para a praia da serenidade.




Sobre o amor próprio: "Quando me amei de verdade". Clique no link abaixo.

http://grupovisao-es.blogspot.com.br/2012/04/quando-me-amei-de-verdade.html

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