Para responder a esta pergunta voltarei ao meu primeiro dia na sala de AL-ANON. Cheguei com o seguinte pensamento: “Acho que estou no lugar errado! Esse lugar não parece ser pra mim, mas se for importante para meu familiar, então eu ficarei e farei tudo que for preciso!” Ao mesmo tempo em que estava determinada a ajudar meu familiar me sentia fracassada por estar indo buscar ajuda, pois fui ensinada que pedir ajuda é delegar ao outro as soluções por incapacidade. Porém o acolhimento que me foi proporcionado logo afastou este sentimento, dando lugar a uma sensação de estar sendo aceita de forma positiva e incondicional.
No início da reunião
alguém me disse: “hoje você é a pessoa mais importante para nós”, confesso que
me assustei, como assim? Estou aqui pelo
meu familiar e não por mim, mas logo em seguida me veio à reflexão: nossa! É a
primeira vez que ouço que sou importante para alguém! A fala desta pessoa por
um momento me levou a prestar atenção em mim, algo que não fazia há muito tempo
ou talvez nunca tivesse feito. Estava tão mergulhada no sentimento de
alto-piedade que não havia me dado conta o quanto estava afastada de mim mesmo.
Freqüentar as reuniões do
AL-ANON significou muito pra mim, elevar minha autoestima, descobrir minha
capacidade, acreditar em mim mesmo, e isso se deve ao empenho dos membros que
também um dia chegaram com os sentimentos confusos como eu. Por isso sabem
respeitar e acolher do mesmo modo que um dia também foram acolhidos.
Porque eu continuo
voltando? Simples! Aprendi no AL-ANON que
não preciso abrir mão de mim para cuidar do outro, levei isso tão a sério que conclui
uma faculdade, algo que não me via capaz de dar conta, estou me sentindo
realizada e fortalecida para continuar convivendo com o alcoolismo sem permitir
ser afetada. Portanto volto por querer acolher os que chegam, assim como eu fui
acolhida, pois sempre que voltava das minhas férias de faculdade as pessoas
estavam lá, com as portas abertas para continuar me recebendo, com o mesmo
acolhimento do primeiro dia. Volto principalmente por gratidão, pois sinto
que por mais que eu preste serviço a
este grupo ainda assim me sentirei em dívida, por considerar que, o que me
proporcionaram não tem preço.
Ao AL-ANON minha eterna
gratidão.
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