Quando fui a minha primeira
reunião Al-Anon estava cheia de medo, sem esperança no futuro e frenética por
uma solução do problema de bebida do meu marido. Durante aquela reunião ouvi palavras como:
desligamento emocional, um dia de cada vez, solte-se e entregue-se a Deus. Naquela reunião ouvi palavras como alcoólico,
fé, serenidade, e frases como: desligamento emocional, um dia de cada vez,
solte-se e entregue-se a Deus. Aquela
noite foi um momento decisivo da minha vida pessoal e de casada, embora na
ocasião eu não tivesse percebido até que ponto.
Continuei indo às reuniões e, pouco a pouco, minha perspectiva mudou.
Acho que o maior desafio que
qualquer mulher pode enfrentar é o de ser casada com um alcoólico. Ele sofre de uma doença que não pode ser
tratada pela medicina, uma doença que afeta toda a família de maneira emocional
e espiritual. Atualmente, um número cada
vez maior de homens e mulheres estão procurando o AA antes de atingir o triste fundo do poço, porque tiveram
informações a respeito da doença.
Aprendi a aceitar o fato de
que o meu marido é um alcoólico, no decorrer da freqüência as reuniões de
Al-Anon. Aprendi que nós dois éramos
impotentes perante o álcool, e que eu também estava doente. Aprendi a ajudar a mim mesma e, quando
comecei a reconstruir a minha própria disposição de ânimo e a mudar minha
própria atitude em relação à sua doença, as coisas começaram a melhorar. Não é fácil aprender um novo modo de vida e
praticá-lo todos os dias, mesmo quando surge uma crise que põe à prova toda a
nossa sabedoria do Al-Anon. Entretanto,
progredindo um dia de cada vez, se apegando àquilo de bom que aconteceu ontem e
esquecendo o mau, um alicerce sólido vai sendo construído aos poucos.
O Al-Anon nos dá a
capacidade de nos elevarmos acima da infelicidade que antes nos mantinha sob
seu jugo. Podemos sair da montanha russa
e seguir pelo nosso próprio caminho firme.
Este é um pequeno milagre na vida de muitos de nós.
Durante os últimos meses de
alcoolismo ativo do meu marido foi difícil me manter desligada emocionalmente
dele. Nosso filho era então um bebê, e
devo ter empurrado seu carrinho por centenas de quilômetros só para sair de
casa. Afastar-me fisicamente da situação
me ajudou muito. Eu tinha aprendido isso
no Al-Anon.
Às vezes temos que ser
atrizes ao praticar o programa Al-Anon.
Temos que assumir uma expressão calma quando por dentro estamos aos
pedaços. Descobri que se fizesse isso
com bastante freqüência, com o tempo se tornaria natural.
Antes do Al-Anon eu odiava a
nossa casa e achava que as coisas fossem melhorar se nos mudássemos. Agora sei que a mudança precisa vir de
dentro. Ainda estamos na mesma casa e eu
a adoro.
Agora que meu marido está
sóbrio em AA, encontramos juntos um laço maravilhoso ao tentar passar adiante
aquilo que aprendemos. Ao mesmo tempo,
ainda estou aprendendo. Nossas reuniões
sempre trazem um nova compreensão aos novos problemas. Cada dia, temos a possibilidade de nos
movimentar para frente ou para trás. O
tempo não nos permite ficar parados.
Cabe a cada um de nós, desenvolver e crescer, emocional e
espiritualmente.
Sei que hoje sou uma pessoa
diferente, estando melhor informada sobre o alcoolismo. O bem decorrente desta experiência é muito
enriquecedor. Encontrei uma forma de
vida que é aplicável a qualquer situação.
Tenho encontrado conforto em compartilhar com aqueles que compreendem, e
uma recompensa inestimável ao ajudar os outros.
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