AL-ANON : DEPOIMENTO: A HISTÓRIA DE UM HOMEM

Quantas vezes você ouviu alguém dizer: Não havia percebido o quanto ela tinha mudado! Ela Não é a mesma pessoa com quem me casei! Quantas vezes você mesmo disse a mesma coisa? Minha razão para dizê-lo é mais importante do que o fato de ter dito isso.

O alcoolismo, do ponto de vista de AA, é uma doença que pode ser detida, mas nunca completamente curada. Este conceito era desconhecido para mim, e me ressentia dos sintomas externos, sem perceber os efeitos que a minha falta de compreensão estava tendo sobre a minha própria vida.

Um marido sente que o bem-estar de sua família é sua responsabilidade e, quando acontece alguma coisa que ele não pode controlar, reage energicamente. Seu orgulho fica ferido ao ver a deterioração do lar para cuja manutenção ele trabalha tanto.

Finalmente, me afastei da família, dos amigos e dos colegas e me tornei muito egoísta. Culpava o problema do alcoolismo por quase tudo de que não gostava e, sem perceber, estava usando isso como uma desculpa para a auto-piedade.

Depois que minha mulher ingressou em AA, ela fez grandes progressos através de seus próprios esforços e da ajuda dos outros, mas isso parecia apenas agravar meu dilema.

Mais ou menos nessa época fui posto em contrato com o Al-Anon, do qual me aproximei com certa desconfiança, mas aos poucos o sentimento de pertencer e a compreensão dos outros começou a fazer efeito.

Eu estava numa estrada solitária, quase um completo estranho para a minha família e, pior de tudo, estava rapidamente perdendo a capacidade de me comunicar com os outros. Tinha mudado, certamente não para melhor, e sabia que tinha que fazer alguma coisa a meu respeito.

Desde que vim para o Al-Anon e procurei viver os Doze Passos, comecei a perceber que estava aplicando os meus próprios pesos e medidas a outra pessoa. Aprendi agora a reconhecer que minha esposa tem o direito de ter opiniões diferentes, com esperanças e frustrações próprias.

Praticar os Doze Passos nem sempre é fácil. Descobri que fazer um de cada vez ajudou. Às vezes perdia um sinal ao longo do caminho, mas de novo meus amigos do Al-Anon me ajudavam a retomar meus passos, até que os marcos se tornassem novamente visíveis.

Paciência, compreensão e sugestões construtivas de amigos podem ajudar a qualquer pessoa que esteja disposta a ouvir e a se modificar. O trabalho realmente duro tem que ser feito pela própria pessoa. Acredito que essa seja a essência do Al-Anon.

Quando pus em prática dos Doze Passos, tanto em casa como no trabalho, foi uma experiência muito compensadora. Quando posso esquecer o passado e viver cada dia como uma nova experiência, isso me ajuda a fazer mais pelos outros e, por mais estranho que pareça, me dá uma grande sensação de bem-estar e de realização. Permanecendo ativo no Al-Anon e procurando ser honesto comigo mesmo, espero não esquecer que para ganhar e manter o meu respeito próprio é necessário respeitar os direitos e privilégios dos outros.